Equipamento será obrigatório em janeiro de 2014, mas no Paraná apenas uma autoescola já conta com o aparelho.

Curitiba – A partir de janeiro de 2014 os alunos das 11,4 mil autoescolas brasileiras terão que passar por um simulador de direção antes das aulas práticas para retirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria B (para automóveis). Entretanto, poucos Centros de Formação de Condutores (CFCs) já se adequaram às novas regras previstas na resolução 444/2013 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Do total de 837 autoescolas do Estado, apenas uma já conta com o equipamento.
O simulador foi instituído pelo Contran com o objetivo de utilizar a tecnologia para qualificar a formação de condutores. Serão obrigatórias cinco aulas, com meia hora de duração cada.
O aparelho recria diversas situações, como dirigir na chuva, nas rodovias, fazer curvas fechadas. De acordo com o órgão federal, o uso de simuladores já estava contemplado no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) em 1997, mas “devido à deficiência do mercado nacional e à falta de estudos, não obrigou que à época as autoescolas utilizassem o aparelho”, informou em nota oficial. O Contran ainda reforçou que todos os CFCs deverão cumprir com as determinações legais dentro do prazo.
Fixado inicialmente em 30 de junho, o limite para implantação dos simuladores foi prorrogado para 31 de dezembro, entretanto, ainda existe uma resistência grande das autoescolas.
A orientação adotada pela entidade sindical da categoria é para que as autoescolas não invistam na compra do equipamento. Conforme o presidente do Sindicato dos Proprietários de CFCs do Paraná, Justino Rodrigues da Fonseca, outras resoluções mais importantes do Contran ainda não estão sendo aplicadas. “A implantação do sistema biométrico a partir de 2008 era irrevogável e hoje muitos Estados não têm o sistema, incluindo o Distrito Federal”, questiona.
O sindicato também entende que os simuladores não são necessários para formação dos alunos. “Por mais de 35 anos os alunos passaram pelas autoescolas sem a necessidade deste equipamento”, reforça. Conforme a instituição, o maior índice de acidentes está ligado a três situações: consumo de álcool, consumo de drogas e imprudência. “Também entendemos que o uso do simulador de direção não deveria ser de forma impositiva e sim uma condição opcional de cada empresário”, completa Justino.
Até o momento quatro empresas já foram homologadas pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) – Pró Simulador, Real Drive, Real Simuladores e Iessa – para desenvolver e comercializar os simuladores.
Fenauto
O presidente da Federação Nacional das Autoescolas (Feneauto) recomenda cautela na aquisição dos equipamentos, principalmente porque grande parte das autoescolas não possui condições de comprar os simuladores. Segundo ele, o valor dos modelos varia de R$ 30 mil a R$ 35 mil. “É importante esperar para ver se não vai ocorrer uma nova prorrogação do prazo. Além disso, são poucas empresas no mercado que não vão dar conta de toda a demanda de quase 12 mil CFCs em todo o País”, disse Magnelson Carlos de Souza, presidente da Feneauto. Ele ainda admitiu a possibilidade de encarecimento da primeira habilitação. “Talvez não pela aquisição do equipamento, mas porque haverá acréscimo da carga horária”, afirmou.
Detran-PR
A assessoria do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PR) informou que vai respeitar e cumprir o que prevê a resolução do Contran e, portanto, a partir do dia 1º de janeiro os simuladores serão obrigatoriedade em todos os CFCs do País. (FOLHA DE LONDRINA).